Lema de Vida:

Aprender até morrer, morrer sem nada saber!!

sábado, abril 01, 2006

Interior = Ignorantes?

Às vezes tenho pena de algumas pessoas...

E tenho pena porque do alto da sua inteligência, sofisticação, sabedoria e litoralidade acham que o Interior é sinónimo de ignorância, não por falta de opções mas por assim o desejar...

Neste
post do Plopes, uma senhora comenta dizendo "Quem assiste? Quem sai de casa para ver o (permitam-me) espectacular "Rigoletto" de Verdi? Ou o "Lago dos Cisnes"?". Esta Senhora afirma também que existem sítios de cultura, centros de arte, teatro no interior mas que não se enchem: "Não se iludam... Experimentem um Tony Carreira ou um Quim Barreiros e verão que o pavilhão gimnodesportivo estará cheio!".

Tenho pena que seja essa a opinião que o País tenha do seu interior, alentejano ou não.
E tenho pena que o esforço sobrenatural que algumas Câmaras fazem para colmatar o centralismo de Cultura na Capital não seja levado em conta.

Sou Alentejana, da zona de Évora, concretamente de uma aldeia chamada Igrejinha, no concelho de Arraiolos. Já fui ao Teatro! Já vi Ballet! Já estive em Festivais de Música! Já assisti a conferências! Já me "cultivei", sempre no Alentejo, sem nunca ter que ir a Lisboa, à Lisboa que nem sabe que existe Évora a não ser pelos Boletins Meteorológicos no Verão...
Já vivi em vários sítios, quase todos no Interior Alentejano. E pela minha experiência, esses sítios possuem locais onde a Cultura existe e esses sítios enchem-se... sobretudo de gente nova ansiosa por conhecer, por saber, por ter...
Não me digam que o Interior não tem Cultura porque não quer, porque não enche... ISSO É MENTIRA!
O Interior, seja Alentejano ou Beirão, não tem cultura porque não existe, porque só Lisboa existe, porque o País gira em torno de Lisboa e do Porto, o resto não existe...
Mas tem outra Cultura, aquela feita com muito esforço, aquela feita com muita dedicação, porque as pessoas que a fazem sabem que vai ser útil, que vai desenvolver, que vai ser entendida, que vai ser olhada... sem ser necessário LISBOA!!

4 comentários:

Pedro disse...

Há dois "mundos" nas regiões do Interior: o mundo das aldeias e vilas perdidas e distantes de quase tudo e que tendem a desaparecer e o mundo das cidades de média dimensão onde a qualidade de vida é bem superior à de muias cidades das Áreas Metropolitanas de Lisboa e de Porto.
Dou apenas alguns exemplos de cidades do Interior onde sei que há acesso à cultura, tanto a popular, como a erudita e outras: Covilhã, Viseu, Évora, Guarda...

Anónimo disse...

Em Beja, por exemplo, às vezes também há manifestações culturais que eu aprecio. Um dia destes fui ao Pax Julia ouvir e ver a Jacinta e o teatro estava cheio. Claro que não vou aqui discutir se as pessoas lá estavam por gostarem de Jazz ou, por exemplo, porque se queriam mostrar, como acontece em todos os sítios pequenos. O facto importante, para mim, é que lá estavam. Só mais isto: foi um óptimo espectáculo!

Anónimo disse...

A senhora professora tenha vergonha naquilo que diz e encare a realidade. Essas suas afirmações só mostram que se trata de uma professora rasca, com uma mente provinciana e mesquinha.
Primeiro diz que o que a outra senhora diz é mentira, depois diz que já se cultivou sempre no Alentejo. Afinal o interior do nosso país tem cultura ou não? Cultura que chegue para a senhora se cultivar? A senhora e muitas senhoras como você que têm a mania da perseguição do interior...
Há cultura sim senhora e boa cultura, mas acha que pode haver a mesma oferta que existe em Lisboa ou no Porto? Acha??? Volto a perguntar: quem assiste? As câmaras fazem um esforço enorme para trazer cultura e algumas trazem e boa. Mas sabe quantas pessoas assistem???? Sabe quantas pessoas têm dinheiro para ir ver cultura? Ou pensa que todas as pessoas do interior são professoras?... Minha senhora, se é alentejana, se é portuguesa e se é professora analise a realidade à sua volta antes de falar...

Anónimo disse...

Ainda bem que alguém tomou a dianteira e escreveu o que também a mim apetece escrever: "Mente provinciana e mesquinha"... ("Professora rasca" não subscrevo porque não tenho o prazer de conhecer tão nobre figura cultivada).
Senhora professora, é esse sentimento pequenino que faz com que o interior deste país se torne ainda mais pequeno. Não relativize, não menospreze o que tem... leia com olhos de ler o que este anónimo diz e repense o seu post crítico ao meu comentário. E mais uma coisa: não é com sensacionalismo que o interior avança! Mas com a aceitação da realidade. Já agora, só mais outra coisa: lembre-se que também moro no interior e devo conhecê-lo melhor do que a senhora professora pensa!