Depois de uma semana atribulada, retomo a leitura de jornais e revistas e fico contente ao ver notícias destas em que a Ciência ajuda as pessoas e não as prejudica...
Já quanto à Educação, as notícias não foram assim tão agradáveis...
Começando pelos Exames Nacionais:
1. Concordo claramente com a redução de Exames.
Eu tive três disciplinas no décimo segundo ano e fiz quatro provas específicas e uma de aferição. Não me considero menos preparada que alguns miúdos de agora que fizeram uma carrada de exames que, sinceramente, não sei se lhe farão muita falta na Faculdade.
Relativamente aos Exames de duas disciplinas, não acho que o exame de Português deva ser retirado do mapa de exames de cada um dos cursos. É uma disciplina central e aglutinadora! Obviamente avaliada em todos os outros exames, que não o de Língua Estrangeira, considero que o seu aprofundamento e a sua importância não devem ser relegadas para segundo plano.
Na Rádio Comercial, ouvi uma crítica a esta medida. Diziam eles que passamos a ter gestores que nem sequer saberiam se se escrevia esta palavra com G ou com J.
Como contraponto, conto-vos que, na minha escola, vi uma professora de Língua Portuguesa escrever Conselho de Turma com C. :s
Quanto à disciplina de Filosofia, é lógico que os professores de Filosofia não concordam mas sinceramente eu concordo... talvez por ser de Ciências, não percebo a importância dessa discplina e já encontrei, pelas escolas por onde andei, professores que afirmavam que Filosofia era uma Ciência muito objectiva e outros que afirmavam ser uma disciplina muito subjectiva. Se calhar, esta incoerência não está a a judar os argumentos a favor do exame.
Como é lógico, esta medida faz todo o sentido.
Primeiro porque os professores não estão minimamente preparados para animar os meninos nem para "guardá-los" como os pais querem; segundo, porque esta profissão de animadores culturais tem uma taxa de desemprego muito elevada.
Assim resolvem-se duas situações! Mas claro, o nosso défice vai sofrer uma bocadito!!!
Muito honestamente, considero esta medida muito positiva.
No entanto, tenho a noção dos problemas que trará...
Não sei porque foi retirada a proposta da possibilidade de concurso anual para aqueles professores que, de facto, queriam mudar.
Esta medida implica uma estabilidade docente mas, juntamente com ela, deveria vir agregada um qualquer tipo de avaliação docente. Todos sabemos que há vantagens em manter um professor ao longo de um ciclo de aprendizagem, mas todos nós sabemos também que há por aí muito boa gente que não era aconselhável manter-se na mesma escola mais do que um ano.
Recordo um colega de grupo com o qual partilhei dois anos de trabalho em escolas diferentes... e honestamente, para ele é muito positivo saltitar de escola para escola... só assim consegue evitar problemas muito sérios! As suas atitudes pouco adequadas e o seu desempenho muito pouco profissional foram problemas nas duas escolas, mas como ele foi embora, tudo "ficou em águas de bacalhau" e o seu currículo não ficou manchado... apesar de os alunos, este ano, estarem a enfrentar dificuldades muito maiores!
5 comentários:
Ana Cristina
Concordo em pleno contigo, também tive só três disciplinas no 12º, mas não me sinto nada inferior aos que têm agora uma carrada delas.
Não estou ligado ao ensino como tu, só acompanho o meu filho que anda no 3º ano do 1º ciclo (3ª classe, mas também não vejo a necessidade te tantos exames pois eu sou apologista de uma avaliação continua e não de uma avaliação no momento.
Sei que os exames fazem falta para avaliar uma pessoa, mas uma avaliação continua é muito mais eficaz.
No entanto entendo que o Português e a matemática são disciplinas fulcrais e deverão manter-se, no entanto devem ser repensados os conteúdos programáticos....
Beijinhos, Bom fim de semana
Obrigada Kapa...
Se tivesses a noção dos problemas reais da avaliação contínua...
Os exames fazem muita falta!
Como é de esperar, os sindicatos vão exercendo a sua magistratura demagógica e vão contestando todas as medidas ministeriais, uma a uma.
Agora, o alvo da demagogia é a medida que, sem qualquer dúvida, trará muito mais estabilidade às escolas: a colocação plurianual dos professores: 3 ou 4 anos, passará a ser o período mínimo obrigatório de prestação de serviço para todos os que se candidatam a esses lugares.
Apesar de aceitarem esse facto (que será maior a estabilidade das escolas) dizem que a medida não é aceitável. Porque os docentes devem se poder candidatar todos os anos, porque senão perdem lugares em confronto com colegas pior classificados. E porque isso penalizará os professores deslocados…
Primeiro: a Escola é para os alunos. E está em causa uma situação bem concreta: a melhoria da Escola portuguesa, que é má. E não é aceitável que, apesar de ouvidos, possam sequer (os sindicatos) por em causa a medida devido a interesses pontuais de alguns docentes. A Escola é demasiado importante para o País para ficar à mercê de interesses corporativos.
Segundo: professores deslocados? Afinal, concorreram a esses lugares. Afinal é um emprego. Bem pago (em Portugal dizem as estatísticas da EU) e desejado por muitas dezenas de colegas que não são, anualmente, colocados. Não têm de se queixar. É o incómodo de haver empregos numa zona e candidatos noutras… É o custo do emprego. E quem não quer, larga. Haverá muitos candidatos para a vaga.
Terceiro: até agora, todos os anos uma multidão de docentes evoluem de uma escola para outra, em direcção à escola mais apetecível. Onde chegam a meio da carreira… Agora, vão chegar exactamente no mesmo tempo a essa escola. Apenas darão “passos maiores” de 3 em 3 ou de 4 em 4 anos, ao invés de pequenos passos, todos os anos, deixando um “rasto” terrível de instabilidade em todas as escolas por onde vão passando, sem deixar lembrança, sem desenvolver projectos, sem estabelecer amizades, sem criar “raízes”. Ou seja, tudo o que precisa uma Escola, um projecto educativo…Tudo o que faz falta (hoje) aos alunos nas Escolas Portuguesas.
Isto para além do facto de, se num ano intermédio (do período contratual), um colega menos bem colocado, poder “passar à frente” devido à impossibilidade de ser candidato, a situação poder repor-se logo depois, no (seu) ano de candidatura, passando ele, à frente de outros. No final, será um processo de “resto zero”, sem prejuízo da colocação final do professor, no mesmíssimo prazo em que ocorreria no processo anterior.
Mas, e isso é que interessa, com enormes benefícios para as Escolas, seus alunos e, quer queiram, quer não queiram reconhecer os sindicatos, lá da altura da sua demagogia, com benefício dos (bons) professores, que, durante o percurso poderão, finalmente fazer tudo o que até agora é impossível. E, repetindo-me, poderão passar a deixar amizades, projectos, raízes e melhores alunos… que se lembrarão deles no futuro.
É a ultima medida do Ministério na tentativa de viabilizar a implementação das Escolas a Tempo Inteiro (ETIs), no seguimento do falhanço da decisão, muito contestada pelos docentes, de assegurar as horas extra para os alunos, pela via da utilização, para esse efeito, das horas não lectivas dos horários docentes (10 horas, de entre as 35 de trabalho).
Sim. As horas não lectivas não devem ser utilizadas para este efeito. Nem as dos professores de 1º Ciclo, nem (muito menos) as dos professores de 2º e 3º Ciclo que, em complemento de horário vinham (e iam) das sedes de agrupamento para dar Inglês e “entreter” as crianças. Não. Não são para isso, mas, à parte dessa questão, devem, na mesma, serem exercidas (na sua maioria) na escola. Preparando, coordenando, apoiando, estando perto e recebendo pais e alunos.
O facto de se recorrer a monitores e não a professores significará uma perda efectiva de quinze a vinte mil empregos docentes. Não entendemos a satisfação sindical com esta medida. Dizem eles (os sindicatos) que o trabalho não é digno para os professores… Pois está na hora dos professores desempregados colocarem os sindicatos e as suas posições corporativistas, contra a criação de emprego, em questão. Este trabalho será, claramente, de âmbito pedagógico e, portanto, de ocupação preferencial por quem tem formação docente.
Assim, no processo actualmente definido, serão criadas cerca de 30 a 40 mil pares de horas diárias de trabalho para monitores (tarefeiros) a contratar pelas Autarquias e Associações de Pais (subsidiadas pelo ME). Está em questão a ocupação de duas horas diárias (tendentes a curto prazo para três horas pois a saída às 17h30 não é, ainda, satisfatória) em simultâneo, para 30 a 40 mil turmas do 1º ciclo do ensino básico.
Ora, não são empregos (não existem empregos de duas horas diárias). Então, haverá solução?
Claro. A encontrada pela Madeira no seu processo. Onde já estão a beneficiar do sistema quase 90% das crianças em Escolas públicas. Bastará construir a ETI, não a partir do Regime Normal, mas sim do Regime Duplo. Em regime cruzado (que é o “ovo de Colombo” do processo), metade das salas destinam-se às actividades lectivas (ocupadas de manhã e de tarde por duas turmas) cada qual com o seu (mono) docente, libertando-se a outra metade das salas para as actividades a desenvolver em turno contrário. Estas, desenvolvem-se, na Escola, ao longo de todo o dia (de manhã e de tarde) ocupando professores (ou monitores) em horário completo.
E, assim, teríamos 15 a 20 mil novos empregos. Mais de um décimo da promessa (150 mil novos empregos) do primeiro-ministro.
Enverede o Ministério por aqui e conseguirá lá chegar. Caso contrário… no ponto em que estamos, teremos 35 mil tarefeiros...
Que poderão acabar por serem os mesmíssimos professores, ainda desempregados ou por empregar (quando saírem das universidades), mas sem horário completo, sem integração na carreira e inferiormente remunerados (a custo de monitor). E aí, como ficarão os sindicatos com as suas actuais posições? Mal…
Nota final: no melhor pano cai a nódoa. Menos exames no 12º Ano porquê? Parece-me uma medida completamente oposta a tudo o que (de bom) tem saído do Ministério de Educação. Era conveniente divulgar os porquês desta medida…
Desculpe lá, mas mudar de escola todos os anos não resolve a questão de "um mau professor". Para esse (se não se esforça por, pelo menos melhorar) só há uma solução: não serve, rua. Como em qualquer profissão e emprego.
No resto há muito mais a dizer...
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