Lema de Vida:

Aprender até morrer, morrer sem nada saber!!

sexta-feira, junho 30, 2006

Só isto...

Ando numa fase muito má em termos de escrita.
Não tenho vontade de escrever porque tenho medo do que possa escrever. Por isso mesmo, e porque o ECD continua em "discussão", e porque chegou o tal documento organizador do ano lectivo às escolas, e porque ando sem paciência... Aqui fica mais um momento lúdico da autoria do Luís Afonso, natural de Serpa e proprietário da Vemos, Ouvimos e Lemos, uma livraria/papelaria/café/esplanada óptima lá na cidade, conhecido pela colaboração n'A Bola e no Público.


:D

quarta-feira, junho 28, 2006

Crónica d' A Bola

«Jogo pelos professores»

Os professores andam em pé de guerra. Como os professores são normalmente distantes uns dos outros, os seus pés de guerra andam por aí semeados como pés de salsa, espalhados pelo País. De norte a sul.

Os professores estão descontentes. Com a vida que lhes corre mal, porque ninguém os valoriza; com os colegas, que só se interessam por resolver a sua vidinha; com os alunos, que os desconsideram e maltratam; e, acima de tudo, com o Governo da nação, que os desvaloriza, os desautoriza e os desmoraliza.

Nunca fui um estudante fácil e sabia, que um professor desautorizado era um homem (ou uma mulher) morto na escola. Não quero dizer fisicamente mas profissionalmente. Como sempre fui bom observador, conhecia de ginjeira os professores fortes e os professores fracos. Os fortes resolviam, por si próprios, a questão. Alguns pela autoridade natural do seu saber e da sua atitude, outros de forma menos académica. Os fracos eram defendidos pelos reitores. Ir à sala de um reitor era, já por si, um terrível castigo. Mas bem me lembro que professores fracos e fortes, bons e nem por isso, se protegiam, se defendiam e se reforçavam na sua autoridade comum.

Já nesse tempo se percebia que tinha de ser assim, porque, se não fosse, os pais comiam-nos vivos e davam-nos, já mastigados, aos filhos relapsos. E isso a escola não consentia.
Os pais, dito assim de forma perigosamente genérica, sempre foram entidades pouco fiáveis em matéria de juízo sobre os seus filhos e, por isso, sobre quem deles cuida, ensina e faz crescer.

Os pais sempre foram o pavor dos professores de natação, dos técnicos do futebol jovem, dos animadores das corridas de rua. Os pais, em casa, acham os filhos umas pestes; mas na escola, no campo desportivo, no patamar da casa do vizinho, acham os filhos virtuosos e sábios. Os pais são, individualmente, insuportáveis e, colectivamente, uma maldição.

Claro que há pais... e pais. E vocês sabem que não me refiro aos pais a sério, que são capazes de manter a distância e o bom senso. Falo dos outros, dos pais e das mães que acham sempre que os seus filhos deviam ser os capitães da equipa e deviam jogar sempre no lugar dos outros filhos. O trágico disto tudo é que são precisamente esses pais os que, na escola, se acham verdadeiramente capazes de fazer a avaliação, o julgamento sumário dos professores dos seus filhos, achando que eles só servem para fazer atrasar os seus Einsteinzinhos.

Por isso eu aqui me declaro a favor dos professores. Quero jogar na equipa deles contra a equipa dos pais e ganhar o desafio da vida real e do futuro deste país contra o desafio virtual dos pedagogos de alcatifa.»

vserpa@abola.pt
A Bola, 3 de Junho de 2006

Vitor Serpa, director do Jornal A Bola, alia-se aos professores.
(recebido por mail)

terça-feira, junho 27, 2006

Filhos / Alunos


Recebido por mail

domingo, junho 25, 2006

Portugal 1 - Holanda 0

Mandavam as regras estatísticas,


mandava a vontade de todos os Portugueses,


e a Laranja foi Espremida!!



Quartos de Final, AQUI VAMOS NÓS...

Porquê?

Até hoje ainda não percebi o que aconteceu naquela escola, mas aos poucos vou sabendo coisas que me vão deixando de boca aberta. Hoje recebi uma mensagem muito estranha daquela "indevida" e toda a minha raiva por aquilo que ela me fez voltou... Apeteceu-me esbofeteá-la!!!
Como sou normalmente uma pessoa calma, respirei fundo e nem respondi.
Depois de passar um mau bocado há dois anos atrás, descobri que o problema dela é inveja, e aos poucos vou conseguindo mostrar-lhe porque me invejou... e vou ser melhor ainda!!

Tenho pena que as nossas escolas estejam cheias de pessoas mal-formadas que transmitem aos alunos essa má-educação, essa vontade de vencer a todo o custo sem respeitar nada nem ninguém.

Abomino aquela escola, e quem me conhece pessoalmente sabe que assim é, mas abomino sobretudo aquela colega de grupo!!

(Perdoem-me este momento de raiva!)

sexta-feira, junho 23, 2006

:D


Recebida por mail.

quinta-feira, junho 22, 2006

Contra-sensos

Uma das coisas que mais aprecio é falar com a minha mana mais nova, uma futura psicóloga com uma capacidade analítica extremamente elevada.
Digamos mesmo que é a minha terapia!!

Em conversa com ela sobre a avaliação dos professores pude constatar o contra-senso que invade a nossa sociedade.

Passo a explicar: a Miazinha sempre me chateou contra o facto de os meus testes serem grandes e difíceis, de eu exigir demais dos meus alunos. No entanto, questiona a dificuldade que as pessoas em geral têm em preencher um papel, em elaborar um documento, um trabalho qualquer da faculdade, por exemplo, questiona a quantidade de erros que um universitário dá ou até um professor universitário.

E é neste ponto que está o contra-senso. Então não é com exigência que nós combatemos a iliteracia? Não é com valorização dos melhores que somos competitivos? Não é com esforço que ultrapassamos as nossas dificuldades?

Estas ideias cirandam* pela nossa Sociedade mas esta continua a exigir que os professores não sejam tão exigentes, que se passem todos os alunos, que as retenções não aconteçam... A prova disto são as n reuniões de avaliação que os professores estão ou vão ter e a dificuldade que um Conselho de Turma tem para reprovar um aluno. Além disto, convém referir a quantidade de legislação que há no sentido de justificar a reprovação, não com a ausência de trabalho ou dificuldades de aprendizagens, mas sim com a motivação que o professor não terá feito, a individualização do ensino que o professor não fez, a dificuldade que o professor colocou na aprovação do aluno.
Assim não vamos lá!!
*cirandar - termo alentejano que significa circular.

Eu me confesso...


Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões... Reuniões...

Confesso que já estou de rastos! Papelada atrás de papelada! Julgamentos atrás uns dos outros!

Sinto-me a decidir a vida de crianças que neste momento estão mais preocupadas com a diversão e as férias do que com o chumbo...
Ao fim ao cabo, o menino pode reprovar à vontade porque o pai já lhe comprou uma bicicleta nova...!!

A Visão desta semana traz uma reportagem sobre a avaliação dos professores. Vou ler!!

terça-feira, junho 20, 2006

Soluções??

Contra as propostas da Ministra, o Miguel propõe greves de 15 dias e/ou uma greve de zelo, que ele exemplifica:


- Bom dia meninos!
- Bom dia, setora.
- Então digam lá, meninos: de que vamos falar hoje?
- Pode ser de fataból, setora???
- Claro, Zezinho! Vamos falar de futebol. Olhem: conversem entre vocês, que eu vou pôr aqui umas coisitas em dia, tenho que fazer uns telefonemas para o talho e tenho que saber porque é que a incompetente da professora do meu filho caiu de cama hoje. Onde é que o meu marido vai deixar o miúdo, não me dizem?
- Pois é, setora. Os professores são mesmo uns desgraçados, mas deixe lá que os nossos pais vão avaliá-la bem a si, que nos deixa fazer tudo o que nós queremos. E por falar nisso: já agora, como vai ser o próximo teste?
- Então, meninos, é como de costume: eu dou-vos o teste com as questões já respondidas na primeira hora e depois vocês copiam as respostas para as vossas folhas de teste na segunda, ok? - Obrigado, setora! A setora é mesmo uma setora baril! E directora de turma também! (Janado) - Ó dread: o ke é ke esta gaja dá? (dread)
- axo ke eh história ó geografia, ó o kamano...
- A setora dá história, não é, setora?
- Isso, meninos! Não se esqueçam de dizer aos V. pais que eu preciso de EXCELENTE no final do ano, ok?
- Esteja descansada, setora. Os nossos pais não sabem escrever, mas a gente escrevemos por eles na sua ficha: Xelente!
- Obrigados, meninos! Que bom é ser professora numa escola básica do interior!

Amanhã conto-vos uma discussão que tive com a minha irmã, futura Psicóloga... :D

segunda-feira, junho 19, 2006

Um aluno...

Agora que as aulas terminaram, começo a minha fase de desejar que voltem...
Sinto saudades dos meus meninos, da minha rapaziada!

Acontece que este ano, tal como o ano passado, não tive o sentimento que tive durante muitos anos, que era o de "já não vos volto a ver", porque permaneci na mesma escola.

Este sentimento de perda e saudade acompanhou-me desde sempre, dou muito aos meus alunos mas também recebo muito em troca. Aprendo imenso e vê-los crescer a todos os níveis é um orgulho.

Assim sendo, hoje apeteceu-me falar-vos de um menino-homem. Foi meu aluno em Serpa, há 4 anos.

Adorava a turma dele só que um dia abusaram e eu passei-me a sério. A partir daí, fui trombuda e limitava-me a desbobinar matéria.
Uns dias depois, o T. vem ter comigo e diz assim "Ouça lá, a gente não gosta de a ver chateada. Não sei o que fizeram mas peço desculpa por isso! Agora, faça lá um sorriso!"
Obviamente que sorri. Ele estava lá ao fundo na sala, completamente abstraído do que se passava e acreditei (e acredito) que ele não fazia a mínima ideia do que se tinha passado.

Este menino-homem (20 anos) é hoje meu vizinho. Viémos os dois perdidos para este Algarve quando o nosso mundo não é este, queremos o Alentejo! Sinto-o como um filho, o filho que eu gostaria de ter... e quero protegê-lo! Quero vê-lo feliz! Quero, sobretudo, que o caminho dele seja feito com consciência das escolhas!! Quero ajudá-lo no que puder, de forma a agradecer-lhe todo o carinho que me deu e dá, sempre que conversamos!!

Obrigada, T.
Adoro-te, pequeno príncipe!

domingo, junho 18, 2006

As aulas terminaram...


Pois é!
Acabou-se!

Vou ter saudades do barulho da escola, dos múrmurios que invadem cada cantinho... A escola continua para nós professores; ainda há exames para vigiar, para corrigir, turmas para fazer, horários para elaborar mas primeiro que tudo são as reuniões de avaliação. Essas sim vão dar um trabalhão! Só espero que o sexo dos anjos não volte a ser discutido como é costume...

Aos meus alunos, BOAS FÉRIAS, RAPAZIADA, DIVIRTAM-SE...
Aos colegas, BOM TRABALHO! Para nós as férias ainda demoram...


sexta-feira, junho 16, 2006

Sem explicação

Para os queridos amigos e não-amigos que acham que os professores não trabalham, eu só digo:


Por favor, deixem-me respirar fundo e descansar um pouco!!


quinta-feira, junho 15, 2006

Visâo, pág. 23, esta semana

A Família Adams avalia a
senhora professora!!


Sr. Pedro Norton, o que o prof. Prado Coelho lhe chamou ofende drasticamente o cavalo, um animal nobre, digno e lindíssimo...

quarta-feira, junho 14, 2006

Eu faço...


Inicialmente pensei que não... mas decidi fazer, apesar de estar na escola!!

Sou PROFESSORA...

segunda-feira, junho 12, 2006

Reunião de 9ºano

Se há coisa que me dá cabo dos nervos é a mudança de notas nas reuniões de avaliação final.
Isso e a imposição de mudanças de notas. Imposição mesmo!!

Hoje, turma de 9ºano
O aluno (ou aluna, não interessa!) só iria a exame se uma classificação 2 fosse alterada para 3. Foram postas à votação duas perguntas, por esta ordem:

* "Concorda com o facto de o XXX ir a exame?"
Votei que sim.
* "Concorda que a classificação da disciplina XXX seja alterada para nível 3?"
Votei que não.

A colega XXX acusou-me logo de incoerente. Ainda por cima com uma arrogância...

É óbvio que eu posso concordar com o facto de o aluno ir a exame porque na minha disciplina ele tem características que lhe permitem fazer um bom trabalho no exame. É um aluno aplicado, esforça-se, interessa-se (dependendo dos conteúdos e também do professor), mas isso não significa que eu concorde com a alteração das notas.
Sempre foi principio meu que uma nota só seria alterada se o respectivo professor assim o quisesse. Tanto que eu perguntei à colega em causa como seria o seu voto e votei de acordo com ela.

domingo, junho 11, 2006

Viva o nosso País


Muito sinceramente...

Que se lixe se é foleiro ou tuga!!


EU TENHO UMA BANDEIRA À JANELA!!

sábado, junho 10, 2006

Hoje é...


Dia de Portugal, de Camões
e das Comunidades Portuguesas

Estou Triste...

Sem que a minha alma o queira, estou triste.
Os meus meninos vão-se embora!!
O 12º ano acabou, agora a vida segue em frente passando pelos exames nacionais...

Por mais que me tente afastar, por mais que queira proteger o meu coraçanito, o que acontece todos os anos é que sinto tristeza por me afastar dos alunos, sinto tristeza por me separar de um ambiente em que sou feliz, às vezes mais feliz que em casa...

Este sentimento não pode ser pago por ministra nenhuma... Este sentimento não me retira qualidades nem vai servir para me avaliar mas muitas vezes serve para separar o professor que só se limita a desbobinar conteúdos daquele que investe nos alunos a pensar nos adultos do futuro.

Provável Avaliação dos pais: imatura como eles??


quinta-feira, junho 08, 2006

Avaliação, outra vez

Tenho ouvido e lido tudo o que posso sobre a avaliação de Professores. Muitas dúvidas permanecem mas muitas certezas se reafirmam.

1- CONCORDO COM A AVALIAÇÃO DE PROFESSORES, no entanto a forma que está a ser proposta é que não é a melhor. Fazer avaliação com base nos resultados e no abandono é misturar alhos com bugalhos.
Eu serei sempre uma óptima professora porque vou dar 18 e não sou exigente no cumprimento de regras porque posso maçar as crianças. Se, numa das minhas turmas, abandonarem a escola dois meninos porque os pais ficaram desempregados e eles têm que ajudar a família e trabalhar no campo para sustentar a sua alimentação, então eu sou péssima professora.

2- Acredito que muito dinheiro está a ser investido em Educação mas também acho que está a ser mal distribuído. Muitas vezes os professores não conseguem fazer mais porque já não conseguem suportar financeiramente mais encargos. Quantas vezes os professores, perante o argumento Não temos dinheiro para isso pagaram do seu bolso para que os miúdos tivessem acesso a determinada actividade.

3- Quero acreditar que estas novas ideias são só uma proposta, que serão discutidas e algumas alteradas. Mas vejo nos sindicatos os representantes não dos professores mas do seu próprio umbigo. E receio! Receio por não me sentir representada! Receio por achar que os bons professores não vão fazer a sua voz! E receio que a greve (marcada por lisboetas que vai favorecer os lisboetas) não vá servir para nada!

Ainda voltarei ao assunto, outra vez.

terça-feira, junho 06, 2006

Orgulhosa...

Estou cheia de orgulho... O Roger, parceiro na elaboração do Igrejinha, fez um video que deixo aqui.
Deliciem-se com a música mas sobretudo com imagens da minha terra, uma aldeia alentejana.

:D


Sem comentários... (daqui)


sábado, junho 03, 2006

Colocações

Depois de um dia de visita de estudo cansativa,
depois de uma semana daquelas,
depois de alguns problemas resolvidos, eis-me:

Fiquei colocada na minha primeira opção... Ou seja, SOU EFECTIVA!!!

ALMODÔVAR, here I go !!!


quinta-feira, junho 01, 2006

Suicidio

Mesmo sujeita a sofrimento do género morte de familiares próximos é-me muito díficil chorar... Não faz parte de mim perder o controlo, mantenho com facilidade o sangue frio... Depois vou a baixo. Mas só depois!

Na terça-feira, uma aluna tentou o suícidio sem a mínima justificação (ontem ainda ninguém sabia o porquê). As colegas receberam uma mensagem muito estranha e deram o alerta. Essas alunas e algumas professoras entraram em pânico e foram à procura da miúda.

Depois de ter sido chamada para participar na "busca" por uma destas colegas, mantive-me firme e fiquei na escola. Achei que era importante estar ali com as alunas que choravam copiosamente. Achei que a minha presença era essencial no sentido de acalmar aquelas crianças e tentar ajudá-las a perceber o que se estava a passar com a colega.

No entanto, ainda hoje, não entendo o que levou uma miúda, mimada pela família, com bons resultados na escola, com um grupo de amigos forte e unido, a tentar terminar com a vida.

Obviamente que foi uma chamada de atenção.
Mas terá sido só isto?
Ou terá sido influência de alguma série televisiva que anda a entrar demais nos hábitos das nossas crianças?

Há coisas que definitivamente não entendo mesmo que isso signifique que sou uma pedra de gelo e uma delas é perceber como uma miúda que tem tudo quer acabar com tudo...

Exausta

Todos os professores sabem que esta altura é típica para resmungos de excesso de trabalho. Na nossa sala de professores, muita gente resmunga... sobretudo senhoras e senhores que moram quase ao lado da escola.
Perdoem-me a imodéstia mas EU NUNCA ME QUEIXEI tanto como aquelas pessoas e trabalhando mais do que algumas ( não duvido nem um pouco disto) faço mais 1h30m de volta a casa onde me espera mais algum trabalho.

Confesso que tenho passado dias díficeis.
Coitado do maridão, já quase não sabe que tem esposa!

Os meus alunos também já repararam e ontem disseram:
"Prof, já está no final do jogo, não deixe acabar a energia!"

O dia de Hoje, sem actividades lectivas, serve de ar puro... uma recarga energética!
Amanhã já estou de volta, quase fresca como uma alface!