E ando a lembrar-me com muita frequência daquele provérbio "Mais vale sê-lo que parecê-lo!"...
Sendo ainda jovem na carreira, deparo-me com situações que não consigo ultrapassar e, como tal, tenho que resmungar e mostrar o meu desacordo. Muitas vezes, esse desacordo está relacionado com a actuação de pessoas mais velhas (parecendo muito competentes e organizadas) que não me vêem com autoridade para as questionar!
Uma dessas situações aconteceu numa reunião intercalar em que uma colega apresentou o plano de uma visita de estudo para a próxima semana sem que essa visita tenha sido aprovada previamente. Além disso, a dita colega ainda não tinha obtido autorizações nem dado informações aos pais, coisa que supostamente ia fazer esta tarde após ter enviado as convocatórias hoje de manhã. (Todas as informações dadas era provadas por papéis semi-amarrotados e desorganizados.)
Perante a minha estranheza e chamada de atenção, a Senhora afirmou categoricamente "Eu já faço visitas há muitos anos!"...
Como, no meio da discussão, o que me apetecia mesmo era esbofeteá-la... optei por ficar quieta no meu canto.
5 comentários:
Pois é. Grande triste verdade mas é assim mesmo. Há dias recebi um mail que ainda que "a brincar, a brincar", ilustrava muito bem esta situação. Não interessa ser doutor, interessa parecê-lo. se se parecer, todos te tratam como tal. E mesmo que arregalem os olhos nas costas, pela frente é só mesuras, maneios e títulos de bem parecer. Impera a aparência e não será por acaso que os que parecem têm sempre melhor ar...se calhar porque não ficam até às tantas a preparar aulas, se calhar porque se ausentaram nas energúmenas horas de substituição e foram ao cabeleireiro ou beber café confortavelmente instalados... com a vida...até porque são doutores. os competentes desgrenhados e de olheiras que trabalhem...
Pois é, o melhor, muitas vezes, é ficarmos sossegados no nossa caso, para evitarmos problemas desnecessários. E, já que na nossa classe há tanta divisão e discussão, atirar gasolina para a fogueira não adianta de nada.
Por isso, defendo o reforço do rigor nas avaliações dos docentes...
Não se discute com a voz da experiência de anos de trabalho, anos de queixas da burrice dos meninos que não estão para adular, anos de actividades dinâmicas e bem planeadas. O que é que nós, os "putos" professores, sabemos?
Olá, Ana Cristina!
Os professores mais novos podem de facto não ter tanta experiência, mas têm seguramente muito mais boa vontade e acreditam mais naquilo que fazem. São sempre uma lufada de ar fresco nas escolas. Espero que não desapareçam nem se desmoralizem no contacto com os mais velhos!
(um professor já a "cair" para o velho) :))
ih ih ih
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